Reflexões sobre Sonhos, Mudanças e Vida

Carrego comigo dois sonhos que representam a essência do que sou. O primeiro é intangível, morador do reino da admiração, do espiritual e do amor incondicional. Embora seja imaterial, ele transcende, trazendo conforto, magia e uma conexão emocional profunda que, por sua natureza etérea, me proporciona felicidade genuína.

No domingo, 08/12/2014, após ser tomado por uma onda de emoção e lágrimas ao testemunhar a alegria de pequenos animais, percebi o quão vulnerável sou emocionalmente — e não me envergonho disso. Esse momento foi o segundo grande impacto da minha vida. O primeiro aconteceu com um amor incondicional, mas impossível de ser concretizado. Quem poderia imaginar que alguém que se julgava insensível como a Antártida fosse tocado de maneira tão profunda? Esse impacto reverbera até hoje em meu ser.

Meu segundo sonho, mais tangível, é um Ford Mustang Fastback 1968 ou um Mustang Boss 1969, na cor azul como o meu coração 💙, sempre acompanhado de cães e gatos. Mesmo que duvide da concretização desse sonho, ele é um reflexo mais profundo de minha identidade e estilo. Não é uma questão de nostalgia, mas de ser quem sou e do que valorizo na vida.

Mudanças no Ritmo da Vida

Recentemente, me perdi em pensamentos sobre um passado distante, quase como se fosse outra pessoa. Há 20 anos, o rock pesado era a trilha sonora dos meus dias. Hoje, ele quase não tem espaço na minha vida. Não é que eu tenha deixado de gostar, mas a vida, inevitavelmente, muda. Prefiro músicas introspectivas, com melodias suaves e letras que tocam a alma.

Viajar pelas estradas sempre foi parte de mim, mas, após um acidente — felizmente sem maiores consequências, apenas danos materiais e alguns cortes —, percebi que algo dentro de mim mudou para sempre. Talvez seja daí que venha minha necessidade de terapia.

Reflexões sobre Competição e Sociedade

A competição foi, por muito tempo, uma paixão. Futebol, corridas, basquete, vôlei… tudo tinha um propósito. Mas hoje, não consigo mais enxergar beleza nas rivalidades. A humanidade parece distante de lidar com isso de forma saudável. Brigas, disputas e tragédias em nome da vitória me afastaram desse mundo.

Política, aquecimento global, OVNIs… já não tenho mais energia para essas discussões. Hoje, o que mais desejo é meu espaço, minha paz.

Busca por Serenidade e Significado

Encontrei refúgio nas plantas, no sítio de um amigo, longe das correntes invisíveis que moldam a sociedade. Não vejo isso como uma fuga, mas como uma busca por um espaço interno que reflete serenidade.

Tornei-me mais observador, mais emotivo, embora ainda longe de me considerar plenamente feliz. Questiono se essa ideia de felicidade plena é real ou apenas uma invenção para justificar nossas buscas incessantes.

Distante de quem fui, vou me encontrando. Não como uma resposta definitiva, mas como um processo contínuo, imperfeito e profundamente humano.

A música que define minha vida é “Epitáfio”, dos Titãs, cuja mensagem, embora marcante, é também inquietante. Já o amor incondicional que me toca é expresso na canção “Frisson”.

Resumo de Reflexões sobre Sonhos, Mudanças e Vida

Minha citação preferida, criada há mais de dez anos, resume minhas reflexões:

“Sou a ventura que nasceu em mim e cresceu.
Danço as palavras ao som de músicas que são pura liberdade, soltas ao vento,
onde não tenho mais tanta pressa neste caminho.
Aprendi a ser gentil com meus passos, dizer o que sinto, escrever o que posso,
ouvir o que devo e continuar sendo sempre a pessoa que escolhi ser.
Afinal, não há lugar algum para se chegar além de mim,
pois eu sou a estrada, o viajante e a própria viagem.”

Reflexão sobre a citação:

“A ventura que nasceu em mim” é entendida como a essência única de cada indivíduo — a combinação de experiências, sentimentos, sonhos e perspectivas que formam quem você é. Representa uma jornada interior, uma aventura de autodescoberta e crescimento pessoal, algo que floresce de dentro para fora e guia as escolhas e o modo de viver. É a celebração da liberdade de ser, da autenticidade e da conexão com o próprio caminho.

— Robledo Gonzalez Costa